Palocci ouve críticas de parlamentares à política agrícola do governo
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O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ouviu hoje (21/06) durante reunião no Ministério da Agricultura, manifestações de cerca de 30 parlamentares preocupados com a situação da agropecuária brasileira. A reunião da qual participou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas ocorreu no gabinete do ministro Roberto Rodrigues, e nela o Deputado Odacir Zonta (PP-SC) colocou a preocupação da Frente Parlamentar do Cooperativismo coma política agrícola do país.
A exemplo do que vem defendendo o presidente da OCB, Zonta colocou que a questão passa pela recomposição do orçamento do Ministério da Agricultura, muito aquém das necessidades do setor. De acordo com o deputado, os recursos destinados ao Ministério da Agricultura representam apenas 0,28% do Orçamento da União, enquanto o setor é responsável por 40% dos empregos do país, 3l0% do PIB e 44% da pauta de exportações.
"A situação deixa o ministro Roberto Rodrigues impossibilitado de fazer política agrícola", afirmou Zonta defendendo uma reversão da atual política do governo par o setor. O ministro Antonio Palocci respondeu localizando as dificuldades de atendimento ao setor às limitações enfrentadas pelo governo diante do quadro geral da economia.
Na noite de segunda-feira, após a reunião dos presidentes das cooperativas e das Unidades Estaduais na sede da OCB em Brasília, o presidente Márcio Lopes de Freitas, em companhia do presidente da OCEPAR, João Paulo Koslovski, levou ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a pauta emergencial aprovada na reunião reivindicando a adoção de medidas de apoio à produção e comercialização agropecuária. O ministro disse ao presidente da OCB que levaria as reivindicações à equipe econômica.
Como este Boletim informou na sua edição de ontem, incluem-se nas reivindicações a criação de uma linha de credito destinada às cooperativas agropecuárias, com recursos do MCR-6.2, para capital de giro, com juros de 8,75% ao ano. As operações deverão ser contratadas até 31.12.2005 e devem se estender às cooperativas que tenham sido atingidas por adversidades climáticas ou que enfrentam dificuldades de comercialização de seus produtos.
Outra reivindicação é para que se promovam ajustes na resolução nº 3286, que trata de financiamento destinado á integralização de cotas-partes, excluindo o parágrafo único do Artigo 1º da resolução, e garantindo a aplicação dos recursos disponibilizados pelos agentes financeiros, de acordo com as fontes pertinentes.
Foi reivindicada a ampliação para R$ 3,7 bilhões o volume de recursos do FAT instituído por decisão do CODEFAT, permitindo a participação das cooperativas de crédito na operacionalização do financiamento. Finalmente, os dirigentes das cooperativas pediram que fosse viabilizada a renegociação de todos os agricultores que foram afetados pela estiagem, estando ou não localizados em municípios reconhecidos em estado de emergência, e a redução dos encargos pagos pelos produtores e pelos fornecedores de insumos à taxa final de 8,75% ao ano.