Cooperativismo busca recursos para produtores atingidos pela estiagem

O presidente do Sistema OCB esteve reunido com o vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Luiz Gustavo Braz Lage nesta segunda-feira (12) para tratar de demandas do Ramo Agro. Márcio Lopes de Freitas abriu a conversa trazendo a questão da adversidade climática que tem provocado  estiagem, anos após ano, especialmente, no Rio Grando do Sul. “Por isso, a necessidade de programas de capitalização e de capital de giro para os cooperados se manterem ativos, investirem em melhorias de redução dos riscos climáticos e buscarem resultados positivos em suas atividades, principalmente no que tange a prazos flexíveis e mecanismos de renegociação”, afirmou.

O presidente também destacou os prejuízos significativos que a estiagem deste ano já trouxe para os produtores gaúchos em relação à produção e rentabilidade de seus negócios. Márcio explicou que, com a intenção de reforçar os pleitos do movimento em curto prazo e solicitar mecanismos a serem construídos a longo prazo, o Sistema OCB encaminhou ofícios aos diferentes órgãos do Governo Federal. As demandas foram apresentadas para a Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI), do Ministério da Agricultura; ao Ministério do Desenvolvimento Agrário; e ao da Fazenda, por meio de sua Secretaria de Política Econômica.

Entre os pleitos estão a prorrogação das operações de custeio e investimento vencidas e vincendas a partir 1º de janeiro a 31 de julho de 2023; o fortalecimento da dotação de recursos para as culturas de inverno na safra 2023; a liberação de oferta de milho via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para produtores de proteína animal (leite, aves e suínos), na modalidade venda em balcão para alimentação de animais; e o reforço para o Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR) e para o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), para garantir a cobertura de perdas aos produtores de regiões com risco climático.

 

Plano Safra

Em relação ao Plano Safra 2023/24, Márcio Lopes reiterou que o cooperativismo considera a necessidade de um montante mínimo de R$ 410 bilhões, sendo R$ 125 bilhões para investimentos e outros R$ 285 bilhões para custeio; o fortalecimento da atual política de crédito e seguro rural; a elevação dos tetos para contratações frente ao encurtamento das margens de custos de produção e recuo dos preços agrícolas do país com foco em linhas de investimento.

“Sobre as taxas de juros, nosso objetivo é que os percentuais fiquem abaixo de dois dígitos para todas as linhas de planejamento agropecuário. O planejamento em si deve promover e valorizar a sustentabilidade ambiental em todos os elos da cadeia produtiva. Outro pleito é a manutenção e elevação das exigibilidades para se ampliar as fontes de recursos destinadas à política pública”, frisou Márcio. Os percentuais sugeridos são de 34% para os depósitos à vista, 65% para a poupança rural e 60% para as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), com isenção tributária.

A ampliação orçamentária do Seguro Rural e do Proagro também foram defendidas por Márcio Freitas, como forma de mitigar riscos à produção e ao mesmo tempo ampliar a abrangência e a efetividade dessas ações.

Luiz Gustavo Braz Lage recebeu as contribuições do cooperativismo e destacou a importância das cooperativas para as operações do banco.

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