Cooperativas serão destaque em pavilhão brasileiro da COP26
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Gerente-geral da OCB vai apresentar casos de sucesso e manifesto que defende a cooperação como estratégia para deter o avanço do aquecimento global.
A experiência e o posicionamento das cooperativas brasileiras diante da temática ambiental serão apresentados nesta sexta-feira (12) no pavilhão brasileiro da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26), em Glasgow, na Escócia. A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) estará representada pela gerente-geral da entidade, Fabíola Nader Motta.
Em entrevista ao canal Agromais, Fabíola destacou o compromisso das cooperativas com o combate ao desmatamento ilegal e com a sustentabilidade. “O cooperativismo já é uma forma de produção sustentável. Ele se preocupa com o meio ambiente e com as pessoas. Por isso, reforçamos a importância dos governos reconhecerem o cooperativismo como forma de política pública”, ressaltou Fabíola.
A gerente-geral da OCB vai apresentar em Glasgow experiências de cooperativas que conseguiram reduzir em até cinco vezes a emissão de gases de efeito estufa, como é o caso da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu, no Pará, em funcionamento desde a década de 30 do século passado e um exemplo de como é possível produzir alimentos sem desmatar.
Fabíola leva também para COP26 outros cases de cooperativas comprometidas com a sustentabilidade, especialmente em áreas como energia sustentável e biogás. Algumas cooperativas brasileiras já possuem infraestrutura para gerar sua própria energia de forma renovável. Para que os produtores consigam desenvolver esses projetos, a OCB leva conhecimento e tecnologia para o movimento cooperativista.
MANIFESTO
No início desta semana, a organização lançou um manifesto com a visão e o posicionamento do cooperativismo brasileiro a respeito da sustentabilidade e preservação ambiental do planeta. O texto publicado pela OCB apresenta cinco princípios norteadores voltados para os debates da COP26 e enaltece a cooperação ambiental como estratégia para deter o avanço do aquecimento global.
No documento, as cooperativas defendem a regulamentação do mercado de carbono; o combate inflexível e abrangente ao desmatamento ilegal da Amazônia e dos demais biomas brasileiros; a regulamentação de leis que estimulem a adoção de medidas de proteção e preservação do meio ambiente; a produção brasileira de alimentos para o combate à fome e à segurança alimentar no mundo; e a adoção de políticas públicas de fomento ao cooperativismo como arranjo produtivo sustentável.
Para o cooperativismo brasileiro, reduzir as emissões de gases do efeito estufa na atmosfera é fundamental e uma das maneiras mais inteligentes de se fazer isso é regulamentando o mercado internacional de carbono e valorizando modelos produtivos de baixa emissão e captura de poluentes, além de viabilizar o acesso facilitado a recursos para projetos em prol da preservação, conservação e recuperação do meio ambiente.