Cocamar paralisa fábricas em apoio aos produtores rurais

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Cocamar paralisa fábricas em apoio aos produtores rurais

A diretoria da Cocamar anunciou a decisão de paralisar temporariamente a operação das indústrias da cooperativa em Maringá (PR), como forma de apoio ao protesto dos agricultores da região iniciado no último domingo. Algumas unidades já haviam deixado de funcionar na terça-feira. Cerca de mil funcionários estão parados. Interromperam atividades seis indústrias, onde são produzidos óleos vegetais, café torrado e moído, maioneses, álcool gel e doméstico, sucos e néctares de frutas, bebidas à base de soja, creme e condensado de soja, atomatados e molhos.  

 Dizendo que considera justo o movimento dos agricultores, o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, lembrou que as entidades representativas do agronegócio, em cada região do País, estavam articulando um grande protesto para o próximo dia 16, que está mantido. A antecipação do movimento na região de Maringá, com bloqueios de vias férreas em vários municípios para impedir a circulação de mercadorias, acontece em paralelo a manifestações de produtores em diversos Estados.

“A insolvência da agricultura está levando muitos ao desespero”, frisou Lourenço, assinalando que o governo federal está demorando muito para apresentar medidas efetivas de apoio ao campo. Nos últimos anos, segundo ele, os agricultores se descapitalizaram e se endividaram como resultado dos baixos preços dos produtos agrícolas, os altos custos de produção, o não-cumprimento da política de preços mínimos e as adversidades climáticas. “Só na região de Maringá, a última safra teve uma redução de 30% na produtividade”, citou.

Lourenço enfatizou que os produtores precisam de um plano bem elaborado e consistente para renegociar suas dívidas, um seguro rural que saia do papel, recursos financeiros a custos suportáveis para se prosseguir na atividade e garantia de cumprimento dos preços mínimos. Ele mencionou que as medidas do pacote agrícola anunciado no começo de abril pelo governo federal foram consideradas “paliativas”, e apenas jogam o montante da dívida para 2007, sem equacioná-la. 

O presidente da Cocamar afirmou ainda que a agricultura, em especial, vive um momento aflitivo que se deve, em parte, à política cambial, com a sobrevalorização do real frente ao dólar. “Na média histórica, os preços da soja em dólar, por exemplo, na faixa de 12 a 13 dólares a saca, até que estão bons. Mas quando se converte para a moeda nacional, o valor fica abaixo do custo de produção”. E não há perspectivas de melhora do cenário do agronegócio em curto prazo. (Fonte: Cocamar)

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