Bovinos procedentes do MS podem ter causado foco de aftosa no Paraná


A febre aftosa não está fora de controle no país, garantiu hoje o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, depois do anúncio de casos de suspeita da doença surgidos no Paraná, na última sexta-feira. De acordo com o ministro seguramente os focos estão relacionados ao detectado no início do mês no Mato Grosso do Sul. “Pelos levantamentos feitos pelo governo paranaense, tudo indica que se trata de um prolongamento do foco original.” Segundo Rodrigues, amanhã (25/10) o Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Recife deve divulgar o resultado oficial dos exames das amostras coletadas em animais que apresentaram sintomas da enfermidade no Paraná.

Segundo o ministro da agricultura, os casos detectados no território paranaense começaram a aparecer após a realização de exposições agropecuárias em Londrina e Toledo. No final de setembro, informou, bovinos procedentes do MS foram levados para participar das feiras nos dois municípios. “Naquele momento, eles não apresentavam nenhum sintoma, o que veio a surgir mais tarde.” Até hoje, 40 propriedades, com mais de quatro mil cabeças, foram interditadas no estado, onde cerca de 20 animais já manifestaram sinais de aftosa.

Os governos federal e estadual já adotaram as medidas recomendadas pelas normas internacionais nos casos de suspeita de foco da doença. O governo do Paraná rastreou os produtores que compraram gado nas feiras de Londrina e Toledo e interditou as suas propriedades e os animais, ressaltou o ministro. “O ministério, assim que foi informado sobre o episódio, comunicou a suspeita à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), aos países vizinhos e aos países que mantemos comércio de carnes.”

Rodrigues lembrou que o Paraná, por ter divisa com o MS, já fazia parte dos estados que tiveram as exportações de carne suspensas total ou parcialmente por causa do foco de aftosa. Dos 41 países que restringiram as compras do produto brasileiro, 35 incluíram o Paraná na área bloqueada. O ministro assinalou também que, agora, os estados vizinhos ao Paraná devem reforçar seus sistemas de prevenção para evitar o ingresso da doença. “Esse é um problema adicional que está sendo discutido por nós.”O ministro reiterou ainda que a febre aftosa não representa nenhuma ameaça à saúde humana. “A doença não traz problema de saúde pública, embora seja evidente que afeta duramente a posição do agronegócio brasileiro.”

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