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Turiarte e Sistema OCB representam o cooperativismo na Expoartesanías

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Peças de artesanato da Amazônia ressaltam sustentabilidade e design, com foco no mercado global

 

Espaço dedicado ao artesanato brasileiro, na ExpoartesaníasEspaço dedicado ao artesanato brasileiro, na ExpoartesaníasA Expoartesanías, maior feira internacional de artesanato da América Latina, que acontece em Bogotá, na Colômbia entre os dias 4 e 17 de dezembro, reúne artesãos, associações, cooperativas e especialistas para celebrar e preservar as tradições artesanais do continente. Esse ano, o Sistema OCB participa do evento como parceiro estratégico da ApexBrasil e reafirma seu compromisso em promover o coop no cenário internacional com um espaço dedicado exclusivamente ao artesanato produzido por mulheres. 

Entre as cooperativas selecionadas para representar o Brasil, a Cooperativa de Turismo e Artesanato da Floresta (Turiarte) se destacou com a exposição de duas peças no pavilhão brasileiro. As obras, escolhidas por meio de um criterioso processo de curadoria guiado pela arquiteta e especialista em artesanato Roberta Borsoi, são confeccionadas com palha de tucumanzeiro. O processo de tingimento, realizado com pigmentos naturais extraídos de folhas, raízes e frutos da Amazônia, confere às peças cores vibrantes e únicas.

 

Foco na exportação

A Turiarte, fundada em 2015, é composta por 172 cooperados, a maioria mulheres, teve sua participação viabilizada pelo Programa NegóciosCoop – Mercado Internacional, uma iniciativa do Sistema OCB que busca ampliar o alcance global de cooperativas de pequeno e médio porte, e desmistifica a ideia de que exportar é uma realidade apenas para grandes organizações.

Antes da feira, o Sistema OCB ofereceu um suporte integral com capacitações específicas, formação de preço para exportação e a criação de materiais promocionais em português, inglês e espanhol. A preparação visou garantir que a coop estivesse pronta para dialogar com compradores internacionais e aproveitar ao máximo a notoriedade do evento.

Jéssica DiasJéssica Dias“A promoção das exportações de cooperativas de artesanato é uma prioridade estratégica para o Sistema OCB e nossa atuação na Expoartesanías demonstra esse compromisso. A parceria com a ApexBrasil, o suporte à Turiarte e a realização de um painel temático no pavilhão brasileiro reforçam nosso papel em abrir portas para que o cooperativismo nacional alcance mercados internacionais. Este é mais um passo importante para ampliar a presença global das cooperativas brasileiras e valorizar a riqueza cultural que elas representam”, afirma Jéssica Dias, analista de Negócios do Sistema OCB.

Para Ingrid Coutinho, presidente da Turiate, a participação na Expoartesanías marca um momento histórico para a cooperativa e para o cooperativismo brasileiro. Representando o município de Santarém, no Pará, a cooperativa enxerga, na feira, uma oportunidade de explorar mercados internacionais, fortalecer o artesanato local e promover o turismo de base comunitária. “A presença no evento reflete um esforço coletivo de planejamento estratégico, que visa mitigar riscos, identificar oportunidades e inserir os produtos dos cooperados em um mercado global cada vez mais competitivo”, afirmou. 

Ainda segundo ela, além de ampliar a visibilidade da cooperativa e de seus artesãos, a iniciativa reforça o papel do cooperativismo como motor de desenvolvimento sustentável e inclusão econômica. “Participar dessa exposição é um marco, pois a força do cooperativismo é comprovada, assim como a da cultura amazônica para o mundo. Fortalecemos nossos planos de exportação e ampliamos as oportunidades para nossos cooperados”, assegurou.



Ponte entre culturas

Além da exposição, o Sistema OCB conduziu o painel Cooperativismo e artesanato feito por mulheres: perspectiva bilateral Brasil e Colômbia. O encontro, realizado durante a feira, contou com a participação de Pamina Gonzalez, sócia-gerente da consultoria internacional How2Go, que trouxe reflexões e dados sobre o setor de artesanato nos dois países. O painel destacou o potencial do setor que esta fortemente ligado à sustentabilidade, perspectiva valorizada pelo mercado internacional. 

Outro ponto abordado no painel foi o cooperativismo como modelo de negócios assertivo para a profissionalização da atividade de produção artesanal. "O cooperativismo é uma oportunidade para abrir o leque de atuação das artesãs que, por meio da formação de cooperativas, podem ganhar escala para a comercialização de suas peças, têm a possibilidade de comprar insumos com menor custo, além de ganharem força e representatividade perante órgãos governamentais e instituições como o Sistema OCB. Em um setor marcado pela majoritária presença feminina, o cooperativismo é uma importante estratégia de empoderamento econômico para a artesã", acrescentou Jéssica Dias. 

Artesanato produzido pelas cooperadas da TuriarteArtesanato produzido pelas cooperadas da TuriarteO setor artesanal no Brasil é dominado por mulheres, que representam cerca de 80% dos profissionais cadastrados no Programa do Artesanato Brasileiro (PAB). Muitas pertencem à comunidades tradicionais e desempenham um papel essencial na geração de renda, preservação cultural e promoção de práticas sustentáveis.

A exportação de produtos artesanais amplia o alcance desses itens e contribui para a redistribuição de renda e o fortalecimento das economias locais. Um estudo recente da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC) revelou que empresas exportadoras geram mais empregos, pagam melhores salários e demandam mão de obra qualificada. No caso das cooperativas, isso se traduz em maior impacto social, especialmente em comunidades rurais e periféricas.

“A presença brasileira na Expoartesanías é um marco para o artesanato cooperativo. Essa participação mostra que tradição e inovação podem caminhar juntas, com entrega para o mundo do que temos de melhor. Esperamos que essa experiência inspire outras cooperativas a explorar novos mercados e a acreditar no potencial transformador do modelo de negócios”, completou Jéssica

Para Thaís Marquez, fundadora da Casa ITTI, o artesanato vai muito além da criação. Ela acredita que é um processo de troca e valorização e que, quando um designer realmente entende a história por trás de uma técnica ou da peça, ele não apenas potencializa o que já existe, mas também colabora para desdobramentos que respeitam a essência cultural e o trabalho das artesãs. “É uma parceria onde cada lado soma: o artesão com sua habilidade e tradição, e o designer com seu repertório e olhar comercial. O importante é que o resultado final carregue a história e a identidade da comunidade, sem apagar sua autenticidade”, destacou.

Já Fernanda Daudt, fundadora da Volta Atelier e consultora para design estratégico e internacionalização, o mercado global tem demonstrado um crescimento contínuo no reconhecimento do artesanato como um produto especial e significativo. Ela acredita que essa valorização reflete uma conscientização crescente sobre temas como sustentabilidade social, comércio justo e uso de materiais naturais, que atraem consumidores sensíveis a esses valores.

Para se destacar nesse mercado competitivo, ela considera essencial que os artesãos invistam na qualidade, funcionalidade e durabilidade de suas peças, além de diferenciais como branding e presença digital, que agregam valor e ampliam o alcance dos produtos. “O artesanato é visto como um presente especial e único, mas para competir em um mercado global em crescimento, é fundamental apostar em qualidade, funcionalidade e na construção de uma presença digital forte. Isso conecta o pequeno produtor às grandes marcas e leva as peças artesanais cada vez mais longe”, concluiu. 

 

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