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Presidente do Sescoop/AM, em entrevista, fala sobre cooperativismo

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O presidente do Sistema OCB no Amazonas, Petrucio Magalhães Junior, concedeu entrevista ao Jornal do Commércio, nesta terça-feira, dia 13/08, na qual foi repassado ao repórter Evaldo Ferreira um panorama geral sobre o que é o cooperativismo e mais: como ele melhora a vida das famílias cooperadas, como os ideais cooperativistas constituem um conjunto importante de estratégias econômicas e sociais e, por fim, como as cooperativas têm mudado a realidade do Amazonas, ao longo dos últimos 40 anos. 

 
“Entendo que as cooperativas são instrumentos de desenvolvimento econômico e social que podem proporcionar melhor distribuição de renda e justiça social, pois a lógica de capital é inversa, ou seja, não favorece a poucos e é inclusiva (...)”, avalia Petrucio, que também é Diretor do Sistema OCB nacional.
 
Na matéria que ocupa meia página do caderno Negócios, Petrucio destaca, ainda, o apoio dado pelo Sistema OCB às entidades dos mais diferentes segmentos. Confira, abaixo, a entrevista na íntegra: 
 
Jornal do Commércio - Quarenta anos de cooperativismo no Amazonas, o que se pode comemorar?
 
Petrucio Magalhães Junior - Inegavelmente as cooperativas prosperaram no Amazonas, sobretudo nos últimos 10 anos. Basta analisar os indicadores econômicos e sociais do estado relativo ao cooperativismo para comprovar minha posição. Considero que os investimentos em educação e profissionalização de nossos dirigentes, cooperados e colaboradores das cooperativas, beneficiadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Amazonas – Sescoop/AM, ao longo dos últimos anos, foram fundamentais para esse crescimento do cooperativismo estadual.
 
Portanto, entre tantas outras conquistas podemos destacar a formação de cerca de 50 mil pessoas no estado, 200 jovens capacitados pelo Programa Jovens Lideranças, formação da 1ª turma de Pós-Graduação em Gestão de Cooperativas, fortalecimento das Frencoop’s a nível federal, estadual e municipais e, a execução do planejamento estratégico de comunicação social do Sistema OCB, visando dar maior visibilidade sobre o movimento cooperativista amazonense.
 
(JC) Em quais setores o cooperativismo está atuando?
 
(PMJ) O cooperativismo brasileiro é composto por 13 ramos, segmentos econômicos distintos: agropecuário, saúde, trabalho, crédito, transporte, consumo, habitacional, educacional, infra-estrutura, turismo e lazer, produção, mineral e especial, e no Amazonas só não temos consolidado os ramos especial e infra-estrutura, os demais ramos temos cooperativas constituídas atuando na capital e no interior do estado.
 
(JC) Dá pra mensurar os mais e os menos atuantes e o porque dessas classificações? 
 
(PMJ) Sim, os ramos agropecuário, transporte, crédito e saúde são os mais atuantes e fortes no estado. Certamente esse destaque deve-se as relações naturais desses segmentos econômicos com o próprio mercado. Obviamente que políticas públicas de incentivo ao cooperativismo podem acelerar ou não o desenvolvimento das cooperativas com reflexos e consequências na comunidade. Um bom exemplo, na minha opinião, de uma política pública que não causa dependência e é um estímulo a quem produz, é o Programa de Regionalização da Merenda Escolar, o PREME, que teve e tem um papel fundamental no aumento da produção no interior do estado, pois veio garantir a comercialização dos agricultores familiares locais. Consequência disso, é só analisar os indicadores de produção das principais atividades agrícolas do estado nos últimos anos feitas pelo IBGE.  E, mais, graças a essa política hoje somamos 54 cooperativas agropecuárias, distribuídas em 33 municípios do estado, congregando aproximadamente 20 mil agricultores e extrativistas cooperativados.
 
(JC) O cooperativismo é o caminho para se resolver as diferenças sociais?
 
(PMJ) Entendo que as cooperativas são instrumentos de desenvolvimento econômico e social que podem proporcionar melhor distribuição de renda e justiça social, pois a lógica de capital é inversa, ou seja, não favorece a poucos e é inclusiva. Entretanto, não podemos achar que o cooperativismo seja o remédio para todas as mazelas sociais, pois é preciso compreender que apesar de ser um instrumento de desenvolvimento, as cooperativas não são entidades filantrópicas ou dependentes de políticas de governos. As sociedades cooperativas devem ter autonomia e independência, serem bem administradas e economicamente viáveis para promoverem a eficácia social. Portanto, entendo que a palavra de ordem atual seja profissionalização.
 
(JC) Fale um pouco sobre a atuação da OCB/AM.
 
(PMJ) O Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas, filiado à Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), tem como finalidade principal integrar e promover o desenvolvimento das cooperativas e do cooperativismo no estado. Hoje as cooperativas atuam nos mais diversos segmentos econômicos e encontram na OCB-AM, informações, suporte técnico, apoio jurídico necessário para nortear suas ações.  OCB-AM é o caminho para fortalecer ainda mais o processo de autogestão e a profissionalização do movimento cooperativista.Vinculado ao Sistema OCB, temos também o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Amazonas – Sescoop/AM, que é uma instituição de direito privado, sem fins lucrativos e financeiros, e integrante do sistema S (Sesi, Sesc, Senar, Senai, Senac, Sebrae e Senat). O Sescoop foi criado pela Medida Provisória nº 1.715, de 3 de setembro de 1998, e suas reedições, regulamentado pelo Decreto nº 3.017, de 6 de abril de 1999, seus objetivos são: Organizar, administrar e executar o ensino de formação profissional, a promoção social dos empregados de cooperativas, cooperados e de seus familiares, e o monitoramento e desenvolvimento das cooperativas. 
 
(JC) No Amazonas são 30 mil cooperativados. Não é pouco? 


(PMJ) Entendo que sim. Se considerarmos que somos atualmente no mundo mais de 1 bilhão de pessoas associadas em cooperativas e, no Brasil, mais de 10 milhões de cooperados, em 6.587 cooperativas, esse número no estado do Amazonas poderia ser maior, pois somamos atualmente cerca de 144 cooperativas e congregamos aproximadamente 30 mil cooperados. Ocorre que nosso movimento é livre e democrático, baseado em princípios e valores universais e surge espontaneamente da própria base, comunidade, e sempre visando satisfazer as necessidades comuns das pessoas, portanto, cada região tem o seu tempo e o mercado de certa forma contribui ou não no surgimento de novas cooperativas. 
 
(JC) O que fazer para que mais amazonenses apostem nessa ideia?
 
(PMJ) Como disse o movimento é livre, democrático e espontâneo, de maneira que ele surge naturalmente de acordo com a evolução das sociedades e da dinâmica econômica e social do local. Obviamente que a educação e a cultura de um povo influenciam no surgimento de novas cooperativas, essa relação existe e devemos considerá-las, porém, entendo que os aspectos cronológicos de uma sociedade também influenciam nos números. Se considerarmos que a primeira cooperativa surgiu no mundo em 1844 na Inglaterra, por 28 tecelões do distrito de Rochdale, em Manchester, e chegou ao Brasil pelos imigrantes europeus por volta de 1889, na cidade de Ouro Preto (MG), e, que no Amazonas as primeiras cooperativas surgiram apenas na década de 60, devemos considerar que somos um movimento muito jovem se comparados às cooperativas dos demais estados da federação.Assim, acredito que investimentos em educação e em políticas públicas que incentivem a organização de cooperativas, sem gerar dependência, seja a mais eficiente estratégia para o fortalecimento das cooperativas e da paz social, pois cientificamente, onde existe cooperativas sólidas o IDH é melhor e as pessoas são mais felizes.
 
Fonte: Sistema OCB/Sescoop-AM
Texto: Evaldo Ferreira/Jornal do Commércio
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