Sicoob São Miguel apoia transformação de dejetos em energia limpa e fortalece agricultura familiar
Contexto e desafios
No município de Salgado Filho (PR), a suinocultura e a avicultura, apesar de serem pilares da economia local, geravam um grave passivo ambiental que desafiava a sustentabilidade da região.
Os dejetos dos animais, armazenados em esterqueiras, causavam a contaminação do solo e da água, emitiam gases de efeito estufa e provocavam odores intensos, resultando em tensões sociais entre vizinhos.
Diante desse cenário, que comprometia a qualidade de vida e desestimulava a sucessão familiar, o Sicoob São Miguel SC/PR/RS, fundado em 1989 pela união de agricultores, atuou como um agente de transformação fundamental para viabilizar uma solução inovadora e cooperativa.
Objetivos
A fim de lidar com a situação, um grupo de 44 produtores rurais, em sua maioria agricultores familiares, se uniu para criar a Cooperativa dos Produtores de Energia e Adubo (Coopenad).
A iniciativa nasceu com o propósito de transformar o problema ambiental em uma oportunidade de desenvolvimento sustentável para a comunidade assim como para os produtores.
Os objetivos eram reduzir os impactos ambientais dos dejetos, promover a economia circular transformando resíduos em energia e fertilizantes, diversificar a renda dos produtores, fortalecer a competitividade da agricultura familiar e melhorar a qualidade de vida de toda a comunidade.
Desenvolvimento
Fundada em 2021, a Coopenad iniciou sua jornada com detalhados estudos de viabilidade técnica e financeira. A etapa seguinte foi a aquisição de um terreno estratégico de 12,5 hectares, ideal para abrigar a futura usina de biogás e a fábrica de fertilizantes.
Nesse ponto, o papel do Sicoob São Miguel foi decisivo: a cooperativa de crédito atuou como o principal parceiro financeiro, intermediando um crédito coletivo de aproximadamente R$ 12 milhões através do Pronaf Investimento.
Essa linha de financiamento, essencial para a agricultura familiar, permitiu que os 44 cooperados tivessem acesso aos recursos necessários para a construção de toda a infraestrutura, incluindo os biodigestores e a planta de adubos organominerais.
O modelo de negócio foi desenhado para ser um ciclo completo de economia circular: a Coopenad garante a coleta dos resíduos diretamente nas propriedades, realiza sua transformação em biogás para gerar energia e em fertilizantes, e ainda retorna o digestato tratado como um insumo agrícola de alto valor para as lavouras dos próprios cooperados, fechando o ciclo de forma sustentável.
Resultados e impacto
Com a criação da Coopenad, o que era um passivo ambiental foi convertido em ativos valiosos, gerando um ciclo virtuoso de sustentabilidade com resultados expressivos. Em pleno funcionamento, a usina passará a tratar mais de 95% dos dejetos de suínos e avícolas do município, eliminando odores, riscos de contaminação e conflitos comunitários.
Em termos de ação climática, o projeto evita a liberação de cerca de 7.500 m³ de metano por dia na atmosfera e gera aproximadamente 505.000 kWh de energia elétrica por mês, o suficiente para abastecer mais de 3.000 residências com fonte limpa e renovável.
Do ponto de vista econômico, por sua vez, a fábrica de fertilizantes tem capacidade para produzir mais de 600 toneladas mensais de adubo organomineral, reduzindo drasticamente os custos dos produtores e a dependência de insumos externos. Por fim, no aspecto social, a iniciativa já criou 15 empregos diretos e 10 indiretos, fortaleceu a renda no campo e renovou as perspectivas para a sucessão familiar.
Tal iniciativa reforça que as cooperativas são atores estratégicos para a ampliação e descentralização do acesso a financiamento climático.
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Objetivo: Gerar energia limpa e renovável por meio da biodigestão anaeróbia dos dejetos e resíduos da agroindústria, minimizando os impactos ambientais da atividade de produção de alimentos, promovendo e incentivando as boas práticas de sustentabilidade e proteção do meio ambiente. Resultados: Projetos implantados em função da capacitação: • COOPERATIVA C. VALE Sede: Palotina, Oeste do Paraná Volume produzido: Entre 1500 a 2000 m³/dia para energia elétrica e 1050 m³/hora para uso térmico. Fonte de material utilizado: Dejetos suínos (geração energia elétrica) e efluente industrial de produção de amido de mandioca (uso térmico). COOPERATIVA CASTROLANDA Sede: Castro, Leste do Paraná Volume produzido: 12.593 nm³/dia de metano. Fonte de material utilizado: Lodo biológico ETE, Lodo tridecanter frigorifico, resíduo de batata lavador, glicina vegetal, resíduo de cerveja, ovos, óleo fritadeira, casca de batata, batata frita, farelo de fritadeira, dejetos e carcaça de suínos. COOPERATIVA COPACOL Sede: Cafelândia, Oeste do Paraná Volume produzido: Não possuem informação em volume de biogás gerado. Contudo, nos últimos três meses a geração de energia média com biogás foi de 88.116 kWh/mês. Fonte de material utilizado: Dejetos de suínos de uma Unidade de Produção de Leitões com 4.300 matrizes. COOPERATIVA FRÍSIA Sede: Carambeí, Leste do Paraná Volume produzido: 86.457 m³/mês. Fonte de material utilizado: Dejetos e carcaças provenientes da atividade de suinocultura. COOPERATIVA LAR Sede: Medianeira, Oeste do Paraná Volume produzido: 3.126.438,00 metros cúbicos de biogás, convertido em energia elétrica equivalem a 1.334.801 KWh de bioenergia (evitando a emissão de 1.719.540,9 metros cúbicos de gás metano). Fonte de material utilizado: Dejetos suínos. A unidade de produção localizada no município de Serranópolis do Iguaçu (PR) tem 3 biodigestores e produz 52% da energia consumida. Para 2021, a expectativa é produzir 100% da energia elétrica por meio do biogás.
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