Sistema OCB participa do maior evento de gestão e liderança em São Paulo

O Sistema OCB esteve presente no maior evento de gestão e inovação da América Latina, o HSM+. O congresso é realizado há 22 anos, traz os desafios e tendências de mercados sob a ótica de pensadores globais e grandes líderes, e conta com o apoio do cooperativismo. O encontro aconteceu em São Paulo, nos dias 22 e 23 de novembro. Na oportunidade, os congressistas foram agraciados com degustação de espumantes produzidos por cooperativas e um caderno de anotações com o tema Manifesto Coop.

As gerentes do Sistema, Clara Maffia (Relações Institucionais) e Samara Araujo (Marketing e Comunicação) palestraram sobre como o modelo de negócios cooperativista contempla as demandas do mercado, unindo o cuidado social e ambiental sem perder a competitividade. O propósito do coop foi evidenciado nas duas exposições.

Clara falou no espaço denominado Arena + Futuros sobre Potência cooperativa: o que esperar do coop nos próximos 5 anos. Ela iniciou sua palestra evidenciando dados do Relatório de Desigualdade Mundial, de 2021, do World Inequality Lab, que apontam que 10% dos mais ricos controlam 76% da riqueza global. O mesmo estudo trouxe a informação que, entre 2014 e 2019, a renda da metade mais pobre da população caiu 17,1%, enquanto a renda dos mais ricos subiu 10,11%.

Segundo ela, o cooperativismo é a oportunidade para a prática de uma economia mais colaborativa, de um comércio mais justo, com igualdade de gênero, sustentabilidade, consumo responsável, capitalismo consciente e valor compartilhado (econômico e social). "O ciclo virtuoso do coop se dá pela união de pessoas por um propósito que gera trabalho e renda, que traz prosperidade para o negócio, paras as pessoas e comunidades”, afirmou.

“O coop é a resposta para as perguntas da atual e das novas gerações, uma vez que o consumidor contemporâneo é adepto da economia colaborativa e consciente. Ele tem senso crítico e voz ativa para defender ou criticar uma marca. Ele acessa e compartilha as informações em redes, de forma ágil. Hoje, os produtos e serviços são sob medida e as pessoas querem o acesso e não mais a posse das coisas. O propósito é o que moverá o mercado do futuro e ele está no DNA cooperativista”, reforçou a gerente.

Coop em números

Clara também apresentou aos congressistas dados do Anuário do Cooperativismo 2022. O Brasil conta com 4,8 cooperativas vinculadas ao Sistema OCB, que congregam 18,8 milhões de brasileiros (8% da população) e gera 493 mil empregos diretos, produzindo ativos totais de R$ 784,3 bilhões (2021). “Na agricultura, o coop representa 53% da produção de grãos do país, 25% da capacidade de armazenamento e 8 mil profissionais de assistência técnica e extensão rural”, orgulhou-se a gerente.

No Ramo Crédito, o coop tem a maior rede de atendimento entre instituições financeiras do país, somando 7,6 mil pontos de atendimento. Em 264 municípios é a única instituição. No mercado de saúde suplementar, o coop representa 32% do mercado e está presente em 85% das cidades. A transição energética, tão evidenciada durante a COP 27, também integra a pauta coop. Diversas cooperativas do ramo foram premiadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pelo índice de satisfação do consumidor. O serviço de eletrificação coop atende 806 municípios no interior.

No Ramo Transportes, o cooperativismo é responsável por 450 milhões de toneladas de carga movimentada anualmente. No Ramo de Trabalho e Produção de Bens e Serviços há 180 mil brasileiros envolvidos. “Estamos presentes em todos os segmentos econômicos oferecendo produtos e serviços de qualidade para o Brasil e para o mundo”, reafirmou.

O coop já faz

Ainda de olho nas tendências de futuro, a gerente destacou que o coop já está adaptado as novas relações comerciais e não apenas participa, como também tem seu próprio e-commerce (NegóciosCoop). Boa parte das cooperativas do Agro, por exemplo, já atuam na logística reversa de embalagens e estão utilizando energias renováveis em suas atividades para produzir de forma mais sustentável. Os desafios como a cibersegurança, com a proteção dos dados das pessoas, e o comprometimento com as mudanças climática, em especial, reduzindo emissões de gases que contribuem para o efeito estufa que aumentam o aquecimento do planeta estão no radar do coop brasileiro.

O coop se adapta

Clara lembrou que o coop também explora novos cenários, ainda de forma tímida, como no Ramo Crédito, os meios de pagamentos alternativos, o Open Finance e as Fintechs, com a adoção de tecnologia e inovação aplicadas a serviços. No Ramo Agro, a implementação de tecnologias que reduzem custos e aumentam a produtividade com as agrotechs e as medidas de descarbonização. No Ramo Saúde, o destaque está na prática da telemedicina. Já no Ramo Infraestrutura os avanços estão na adaptação para utilização de energia renovável, geração, gestão e comercialização de energia, além de oferta de conectividade rural e digitalização de processos.

Estratégias

“Para aumentar nossa competitividade temos três eixos estratégicos: representação juntos aos Três Poderes para contribuirmos na elaboração de políticas públicas para o coop; a construção de métricas próprias para aplicação das estratégias ESG (cuidado ambiental, responsabilidade social e boa governança), com o ESGCoop; e o aumento de competitividade, com acesso a novos mercados, inovações e ampliação do reconhecimento da nossa marca SomosCoop. Tudo isso alinhado à formação, promoção, monitoramento, comunicação e levantamento de dados”, frisou Clara.

Metas a curto prazo

A gerente falou ainda sobre o desafio BRC 1 Tri de Prosperidade, que pretende movimentar, até 2027, R$ 1 trilhão e, ao mesmo tempo, aumentar o número de cooperados dos atuais 18,8 para 30 milhões. "Essa meta será revertida em emprego, renda, oportunidades, negócios e prosperidade para o coop e para os brasileiros”, finalizou.

SomosCoop

“O movimento cooperativista ainda não é reconhecido como deveria, mas o Sistema OCB trabalha para que, cada vez mais, as pessoas escolham os produtos e serviços oferecidos pelas cooperativas. Quem sabe o que é o cooperativismo?” Foi assim que a gerente de Marketing e Comunicação, Samara Araujo, iniciou sua palestra: Da descoberta à decisão: reposicionando o coop para o consumidor contemporâneo, no Palco Makers.

Ela apresentou a pesquisa qualitativa encomendada pelo Sistema OCB, que pediu aos entrevistados que descrevessem o que é o coop. Os resultados surpreenderam, uma vez que o coop está presente em diversas prateleiras do país. Quem nunca degustou uma proteína da Aurora ou da Copacol? Quem nunca ouviu falar da Unimed? De acordo com o resultado da pesquisa, muita gente.

“Dos 2.014 entrevistados, 28% responderam que não sabem o que é o coop, liderando a lista. Os que disseram que é um movimento social ou ajuda ao próximo representam 18%. Já os que acertaram, ao dizer que é um modelo de negócios, equivale a 17%. Os outros percentuais levantados na pesquisa somam elogios e outras respostas diversas”, exemplificou Samara.

Segundo ela, o resultado do estudo provocou profunda transformação na forma de se divulgar o coop. "Um em cada sete habitantes do planeta está ligado de forma direta a uma cooperativa. É o movimento humano de maior impacto em todo o mundo. A cooperativa é um negócio que impulsiona o empreendedorismo coletivo, gera trabalho, distribui melhor a renda e traz uma diversidade de benefícios para as comunidades onde atua", defendeu a gerente.

Samara reforçou o ciclo virtuoso do coop também evidenciado pela gerente Clara e questionou os participantes novamente: escolher o coop é fazer uma escolha consciente, como comunicar isso? "O SomosCoop foi criado para promover nosso movimento na sociedade e despertar orgulho em quem faz parte. O consumidor contemporâneo tem diversas características, uma delas é a busca por valores humanos nos produtos e serviços, bem como a economia colaborativa, que está em nosso DNA".

Estratégias para comunicar

Para explicar de forma clara e simples, a equipe de comunicação traçou três estratégias para o reconhecimento do coop: a descoberta, a consideração e a decisão.

“Na primeira, contamos com o ex-tenista Guga Kuerten, que vem de família cooperativista, para ser nosso garoto propaganda. Com isso, divulgamos massivamente nosso trabalho nos principais jornais de grande circulação no país; em publicidade nos programas de TV com alta audiência, como o Encontro com Fátima Bernardes e o É de Casa; em ações com influenciadores dos mais diversos segmentos e podcasters; nas redes sociais; em ônibus e pontos de parada; em outdoors; e metrôs em todo o país”, contou Samara.

O segundo passo, o selo SomosCoop foi trabalhado com afinco para estimular a escolha de produtos e serviços coops por toda a população. Seja na área de saúde, na inclusão e educação financeiras, ou no acesso à energia de alta qualidade no campo e na cidade, por exemplo. O estímulo para que as cooperativas utilizem o selo foi o foco desta ação.

Por último, mostrar o dia a dia de uma cooperativa e de seus cooperados, na prática, foi a estratégia para informar de forma simples e direta como o coop faz muito e faz bem. "Nesta etapa, convidamos a jornalista Glenda Koslowisky que, com olhar curioso e de fora do movimento, faz visitas em diversas cooperativas do país mostrando como funciona o nosso modelo de negócios na websérie SomosCoop Na Estrada”, destacou a gerente.

A primeira temporada da websérie já está disponível no canal do SomosCoop e a renomada jornalista tornou-se associada de uma cooperativa de consumo durante uma das gravações. “O coop cativa e apaixona porque tem em seu propósito a prosperidade para todos”, finalizou a gerente.

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