Sistema OCB estuda acordo de cooperação para auxiliar nas metas do Plano ABC+

Objetivo é ampliar em 30 milhões de hectares recuperação de pastagens degradadas

“O cooperativismo está focado em praticar uma agricultura de baixo carbono. A revisão do Plano ABC vai estimular o produtor a adotar novas tecnologias, que vão diminuir ou mitigar a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa. Temos um caminho para alcançarmos a neutralidade de carbono e aumentar nossa escala de mercado ao demonstramos que aplicamos políticas de desenvolvimento sustentável.”

A declaração do coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato, refere-se a atualização do Plano ABC, que tem por objetivo aplicar políticas de enfrentamento às mudanças climáticas e neutralizar as emissões de carbono na agropecuária. Morato participou de reunião, nesta terça-feira (4), com a diretora de Produção Sustentável e Irrigação, do Ministério da Agricultura (Mapa), Fabiana Villa Alves, sobre a nova proposta, o Plano ABC+, que incluiu três novos sistemas: de plantio direto de hortaliças, irrigados; e terminação intensiva para abate.

“É importante aproximarmos as cooperativas para levarmos o ABC+ para conhecimento de todos. Embora a questão de rastreabilidade esteja sob responsabilidade de outro departamento do Mapa, temos o Selo ABC e a Certificação de Carbono. Estamos trabalhando para estruturar modelos de negócios aliados a sustentabilidade”, declarou a diretora. Para Fabiana, as cooperativas financeiras, por exemplo, podem ser protagonistas na compra de créditos de carbono para seus cooperados. “O cooperativismo tem muito a contribuir com as estratégias ABC+. A questão do tratamento dos dejetos foi, inclusive, uma sugestão do Sistema OCB incluída na primeira versão do programa”, acrescentou.

O Ministério e o Sistema OCB estudam uma acordo de cooperação para auxiliar no alcance das metas do programa. Morato convidou a diretora para participar do Encontro de Sustentabilidade do Cooperativismo, do Sistema Ocepar, no próximo dia 25 de outubro. A ideia é auxiliar na publicidade do programa. “Vamos potencializar soluções sustentáveis divulgando o programa em nossos eventos. Estamos, desde a primeira versão do plano, colaborando para levarmos a tecnologia para o produtor rural promover uma imagem mais sustentável do setor”, acrescentou Morato.

Para explicitar o plano, que tem duração de dez anos (2020/2030), a coordenadora geral de mudanças do clima e do Plano ABC+ do Mapa, Soraya Carvalho, falou sobre a evolução da proposta para uma agropecuária de baixa emissão de carbono atrelada ao desenvolvimento. A coordenadora reforçou que a nova fase levará em conta a adaptação e mitigação às mudanças climáticas por meio de fomento às tecnologias.

Segundo Soraya, o ABC+ está dividido em três vertentes: adaptação e mitigação; abordagem integrada da paisagem; e adoção e manutenção de práticas conservacionistas. Os nove eixos de atuação contemplam programas e estratégias e estão concentrados em acesso ao crédito e financiamento; estímulo à adoção e manutenção dos sistemas; cooperação estratégica; e valoração e reconhecimento. Já as estratégias estão distribuídas assistência técnica e extensão rural com capacitação e transferência de tecnologias; inteligência em gestão de risco climático; comunicação e sensibilização; governança, monitoramento e avaliações; e pesquisa e desenvolvimento de inovação.

 “Com base científica, estamos focados em promover tecnologias para que os sistemas agroflorestais sejam mais adaptados às questões climáticas e, com isso, possam mitigar os gases de efeito estufa. Para isso, acrescentamos tecnologias como o SAF [Sistema de Agro florestamento], sistemas irrigados e terminação intensiva do abate. As cooperativas podem nos ajudar de forma significativa na aplicação dos planos de ação na esfera estadual, o que contribuirá com a meta nacional”, disse a coordenadora.

A plataforma Siga ABC, criada exclusivamente para o programa, está em fase de testes e será lançada até o final de outubro. De acordo com o Mapa, será por meio deste sistema que os estados apresentarão seus planos. “Será um monitoramento em tempo real, o que não tínhamos na primeira fase. Os dados incluídos serão conectados com outros sistemas. Este modelo de governança é uma das ações estratégicas nesta segunda fase. Com isso, temos um bom caminho para trabalhar e fortalecer o Plano”, destacou Soraya Carvalho.

Metas

Segundo a Portaria 471/22, do Mapa, são compromissos do Plano ABC+ as ampliações em 30 milhões de hectares das áreas com adoção de Práticas para Recuperação de Pastagens Degradadas (PRPD); em 12,58 milhões de hectares das áreas com adoção de Sistema de Plantio Direto;  em 10,10 milhões de hectares das áreas com adoção de Sistemas de Integração; em 4 milhões de hectares das áreas com adoção de Florestas Plantadas; em 13 milhões de hectares da áreas com adoção de Bioinsumos; em 3 milhões de hectares das áreas com adoção de Sistemas Irrigados; em 208,40 milhões de metros cúbicos das áreas com a adoção de Manejo de Resíduos da Produção Animal; e em 5 milhões dos bovinos em Terminação Intensiva.

Foi acrescentado também ao plano, sistemas de plantio direto de hortaliças, sistemas irrigados e terminação intensiva. Os outros programas que corroboram para aplicação de tecnologias de carbono neutro e a ações de adaptação às mudanças climáticas foram mantidos. São eles:  Recuperação de Pastagens Degradadas; Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs); Sistema Plantio Direto (SPD); Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN); Florestas Plantadas; Tratamento de Dejetos Animais; e Adaptação às Mudanças Climáticas.

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