Educação associativa para a transformação cultural
* Alderico Sena
O processo de mudança comportamental da humanidade só depende de ação política para um maior investimento na educação do seu povo. Querer é Poder! O exemplo claro é a falta de vontade política dos governantes para fazer cumprir o que foi escrito e aprovado na Constituição Estadual da Bahia – Ato das Disposições Transitórias – Artigo 49º - “Fica criada, a partir do primeiro e segundo graus, matéria sobre educação associativa, visando dotar os alunos e futuros profissionais de conhecimento sobre cooperativismo, cuja implantação deve ser feita no inicio do ano letivo, após a promulgação desta Constituição”. Em outubro de 2009 vai fazer 20 (vinte) anos que a Constituição foi promulgada e não teve até então um governo, nem políticos que demonstrassem interesse de implementar a educação associativa nos estabelecimentos de ensino, em todos os níveis, para desenvolver nas crianças e jovens o espírito de compartilhar, de cooperar e da solidariedade. Essa falta de vontade política é um dos instrumentos que tem contribuído com o crescimento da violência nos estabelecimentos de ensino, especialmente nas escolas públicas.
Cooperativismo, novamente é a saída. A revolução industrial atingiu basicamente a população rural, enquanto que a globalização e a revolução tecnológica impactam uma enorme população urbana, que tem pouquíssimas alternativas favoráveis a sua subsistência. Daí a responsabilidade de todos com o desenvolvimento da educação e da cultura do cooperativismo, na busca de soluções para amenizar os percalços da violência nos grandes centros urbanos, subprodutos da concentração de renda, da globalização e da revolução tecnológica.
Globalização, competitividade e desemprego são realidades, hoje, muito próximas dos jovens. A apresentação de alternativas é mais do que uma necessidade. É um compromisso que deve ser assumido pelas lideranças cooperativistas, políticas e autoridades, no sentido de dar às futuras gerações opções de trabalho e inserção no mercado, de forma coordenada e, preferencialmente, compartilhada e solidária.
O Programa Cooperjovem e Jovem Liderança Cooperativista do Sescoop foram criados com a filosofia de apresentar à juventude alternativas que vem dando certo e contribuindo para o crescimento há 165 anos no mundo e, desde 1847, no Brasil: o cooperativismo.
Ampliar a educação, oferecer oportunidades e meios de praticar a cooperação são caminhos fundamentais no fortalecimento e preparação da juventude para uma nova realidade mundial que se descortina. No entanto, é necessário trabalhar juntos governo e Sistema Cooperativo de forma direcionada, passo a passo, construindo uma estrada segura, sem desvios, para um Brasil que todos os brasileiros sonham.
Falar de educação supõe-se, previamente, estabelecer alguns parâmetros e alguns conceitos que nos permitirão entender a real capacidade da educação e contribuir para a implementação das respostas aos desafios de uma Nação.
´´É preciso entender que a educação é um processo de diálogo e de criatividade. Educação é um sistema de comunicação mediante o qual satisfazemos o impulso fundamental do homem: Conhecer a relação das coisas, analisá-las e medi-las.
Necessitamos de uma educação no contexto do Século XXI, que combine com a cultura geral; uma educação para a permanente mudança com flexibilidade. Uma educação que forme no homem a conservação do amor por sua nação; uma educação que vise o coletivo e não o individualismo; uma educação que forme o homem, que lhe dê compreensão do seu tempo; lhe permita falar e escrever com qualidade; lhe crie hábitos de solidariedade para que viva em comunidade e seja livre e responsável; que lhe permita entender e aceitar o cidadão e os meios em que vive; uma educação que ensine a aprender, ensine a saber, ensine a enfrentar os prós e os contras da vida com ética e dignidade.
O governo precisa entender e respeitar o que estabelece a Lei Maior (C.F) de um País. Art. 205 (“Educação, direito de todos e dever do Estado e da família”). Criança fora da escola é criança de mente vazia com um caminho aberto à delinqüência. Educação é à base do cidadão, sem ela não seremos um país civilizado para conquistar a melhoria e a qualidade de vida do povo.
Investir em educação, formação e capacitação é o caminho que permitirá a construção de um Brasil mais justo, mais solidário e democrático.
Educação resgata a dignidade. Não podemos nos considerar cidadãos se estamos distantes ou omissos às questões polí"